A recuperação sustentada da economia brasileira, a partir de 2018, é praticamente certa de acordo com as principais consultorias, bancos de investimentos, institutos de estatística e escolas de negócios nacionais e internacionais: Banco Mundial, FMI (Fundo Monetário Internacional), bancos de investimento e de varejo, relatório Focus do Banco Central, OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e outros. Após 2 anos de quedas sucessivas do PIB em 2015 e 2016 – pior resultado dos últimos 100 anos –, o crescimento econômico entre 0,7% e 1% em 2017, com previsão de alta entre 2,5% e 2,8% em 2018, evidencia o início do ciclo da retomada econômica brasileira.

Não se trata de “ideologia” mas sim de estatística e conhecimento da realidade empírica dos ciclos econômicos. Ao longo de 115 anos de medições do PIB nacional, após as grandes quedas ocorridas o país se recuperou no segundo ou terceiro ano subsequente. Felizmente, a dinâmica econômica tem suas engrenagens próprias e o grau de correlação com a política e poder judiciário são importantes, mas não preponderantes.

Nesse cenário, as empresas precisam desenvolver uma estratégia clara para definirem os resultados prioritários, seus indicadores e metas no curto, médio e longo prazos. Devem aproveitar suas forças competitivas, trabalhar as deficiências e fraquezas, identificar as oportunidades externas e preparar para as potenciais ameaças. Essa iniciativa possibilita um aprendizado seletivo sobre o passado, a boa gestão do presente e a projeção do futuro, implementando-se as ações e projetos que irão construí-lo. Reitero os pilares gerais para 2018: austeridade, efetividade operacional, foco no mercado e busca da lucratividade.

Complementarmente, as organizações devem estreitar os laços de confiança com todos os públicos (stakeholders) relacionados ao desempenho dos seus negócios, identificar onde podem ser mais eficientes e fazer um bom gerenciamento dos custos e processos, aumentando a produtividade e a lucratividade. Para cada área que compõe a organização, é preciso diagnosticar os problemas e diferenciais, as vantagens competitivas e áreas de oportunidade de melhoria na cadeia de valor, incluindo os ativos tangíveis e intangíveis.

A gestão deve ser profissional, meritocrática, medir o desempenho geral e individual com indicadores e metas claras, reconhecendo e bonificando os melhores, desenvolvendo equipes e líderes que possam consolidar uma cultura baseada em resultados e apoio mútuo. A área de gestão de pessoas e comunicação interna precisam atuar de forma alinhada e coordenada, implementando workshops e treinamentos constantes para fortalecer essa cultura profissional. “Primeiro quem, depois o restante”, esse é o principal pilar segundo líderes empresarias como Jack Welch, Jeffrey Immelt, Jorge Gerdau, Abílio Diniz, Bill Gates, Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Elon Musk e o trio fundador da Ambev: Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.

Ainda nesse contexto, a percepção positiva em torno da marca é importantíssima, bem como a confiança vinda da forte reputação construída no dia a dia com os clientes e demais stakeholders, tendo os funcionários como os responsáveis diretos pela entrega do valor prometido. Agir com coerência e consistência, alinhando a prática ao discurso corporativo, constroi e mantem uma reputação forte ao longo do tempo, atraindo talentos, clientes, investidores, credores, fornecedores, admiradores, apoio da mídia etc.

Para analisar e gerenciar os resultados, o diagnóstico estratégico competitivo (DEC) recomenda oito dimensões: criar e manter uma proposição de valor importante; explorar um mercado em alto crescimento; ter clientes rentáveis como principal fonte de receitas; potencializar alianças com grandes marcas e empresas; conseguir retornos exponenciais; ter excelência em liderança interna e externa; ter diretoria e líderes especialistas em valores essenciais; investir em infraestrutura.

Em meus estudos, livros escritos, experiências como executivo, professor e consultor para mais de 150 organizações, aprendi que aquelas que se pautam pelo profissionalismo (decisões baseadas em fatos, dados e evidências), forte liderança, austeridade financeira, lucidez e humildade, clareza estratégica, disciplina na execução e meritocracia se destacam em seus respectivos setores. A crise nos ensinou a fragilidade geral diante de um cenário de queda na confiança e incertezas sobre o futuro, bem como o alto risco de se ignorar esses itens da excelência em gestão e desempenho.

Em épocas de grande ansiedade, centenas de startups surgindo por semana, promessas de ganhos rápidos, euforia tecnológica e dinamismo das redes sociais, nunca é demais lembrar que “genialidade” sem boa gestão dificilmente traz bons resultados.

Existem aqueles que observam passivamente, os que simplesmente analisam e os que decidem fazer acontecer. Qual será a sua escolha? Lembre-se que o tempo não volta e que as grandes oportunidades geralmente aparecem pouquíssimas vezes…

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