Artigo publicado no Jornal O Tempo (04/02/2021): link

Este ano será de recuperação, apesar das incertezas

Futuro aponta para um cenário positivo

O ano de 2020 foi um ano de dificuldades para os governantes, empresários e população, marcado pela pandemia e o declínio da economia mundial. O Covid19 teve grande impacto nas negociações, no desenvolvimento industrial e na prestação de serviços de modo geral. Apesar do ano ter terminado com um cenário em grande parte negativo, 2021 será um período de recuperação econômica nacional e mundial, antecipada pelo forte crescimento no terceiro e quarto trimestres de 2020.

O ponto determinante para o reaquecimento econômico será a vacinação. Com algumas cidades brasileiras ainda em regime de lockdown, a vacina será essencial para que as atividades possam destravar e para que possamos começar efetivamente o processo de retomada econômica.

A partir desse primeiro passo, vários setores da economia voltarão a se desenvolver, principalmente o industrial e o de serviços. Uma vez que os estoques de produtos estão baixos, a indústria precisará fazer a reposição, gerando assim um forte aumento da produção. Já o setor de serviços, o mais afetado em 2020, deve gradualmente retornar ao nível em que se encontrava no período pré-pandemia e superá-lo no segundo semestre.

Outra boa notícia, com base nos relatórios do Banco Central, FMI, Banco Mundial e consultorias internacionais, espera-se a continuação da política monetária expansionista. Estados Unidos, Canadá, Japão e Europa tendem a injetar mais dinheiro em suas economias internas para auxiliar a população e potencializar a recuperação da prosperidade.

Ainda falando sobre os norte-americanos, o resultado das eleições presidenciais terá grande impacto no Brasil. O governo brasileiro, até então fortemente alinhado com o ex-presidente Trump, com a chegada de Joe Biden poderá enfrentar dificuldades na realização de acordos, principalmente sobre questões ambientais, ponto forte na agenda de Biden e relegadas a segundo plano pelo governo Trump. A diplomacia brasileira precisará ser mais resiliente e demonstrar mais boa-vontade sobre essas questões.

Ponto preocupante é o fim do auxílio emergencial. Uma vez que essa quantia próxima a um bilhão de reais deixa de circular, a economia brasileira e a população mais carente serão afetadas, impactando negativamente a recuperação econômica ao longo desse ano. Além disso, a tendência é que a taxa de desemprego infelizmente não se recupere rapidamente. Com a alta procura por oportunidades de trabalho e a baixa absorção pelo mercado, a taxa deve ficar entre 14% e 15%, de acordo com análises feita com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice de confiança dos empresários e famílias deve ficar no radar das empresas e do Banco Central porque sinalizam a propensão ao aquecimento econômico, uma vez que as pessoas investem ou fazem dívidas quando confiam no presente e no futuro. É muito importante acompanhar esse índice como potencial indicador do destravamento econômico.

A palavra-chave para 2021 é recuperação. Os impactos de 2020 ainda terão grandes reflexos esse ano mas, apesar de todas as dificuldades, o futuro aponta para um cenário positivo. Cabe a cada um apoiar a vacinação e se preparar para um novo ciclo positivo e mais próspero.

Carlos Caixeta

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