Em tempos de mercado seletivo percebemos a real força da nossa marca, da nossa reputação corporativa e dos nossos modelos de gestão: o que está forte, o que está fraco, o que tem verdadeiramente o apoio dos funcionários e o que só existe “por conveniência”, se a empresa segue com consistência seus valores corporativos, se o rumo estratégico está claro, se os clientes confiam em nossa promessa de valor, se nossos fornecedores e parceiros verdadeiramente nos veem como aliados para a construção do sucesso nos negócios.

 

Após a turbulência internacional em 2008 e a crise braseira de 2015 e 2016, um dos principais aprendizados empresariais foi que os líderes precisam estar dispostos a um processo contínuo de questionamento e autodesenvolvimento. Precisam compreender que o presente e o futuro são construídos a partir das experiências do passado e da incansável vontade de fazer melhor a cada dia, entregando mais valor e satisfação não só aos clientes mas a todos os envolvidos com os bons resultados da empresa.

 

Momentos difíceis nos ensinam que a melhor maneira de combater a adversidade é estreitar os laços de confiança com os públicos que de alguma forma participam do sucesso do negócio, os chamados stakeholders. Ensinam também que a empresa precisa entender onde pode ser mais eficiente para fazer uma boa gestão de custos e processos, desenvolvendo a consciência sobre seus problemas e capacidades competitivas, o que tem de forte e o que precisa ser melhorado (áreas de oportunidade) em todos os setores. Importante fazer uma discussão estratégica lúcida, referenciando o passado para entender o presente, projetando o futuro desejado e detalhando as ações para construí-lo.

 

Todas as empresas, independente do tamanho, podem gerenciar a percepção sobre suas ações e marcas, desenvolvendo a confiança característica da boa reputação construída nos mínimos contatos com os clientes e demais stakeholders. Agir com coerência e consistência, alinhando a prática ao discurso corporativo, é fundamental para construir e manter sua boa imagem ao longo do tempo. E a construção e manutenção dessa boa imagem ao longo do tempo é exatamente o que consolida a reputação corporativa, ativo intangível estratégico.

 

Para construir e gerenciar estrategicamente a reputação corporativa, precisa considerar pelo menos 7 dimensões, identificando como está e como pode melhorar em cada uma delas:

 

  1. Desempenho – retorno aos investidores, resultados financeiros, perspectivas de crescimento.
  2. Produtos e serviços – qualidade percebida, relação custo-benefício, suprimento das necessidades e desejos dos clientes.
  3. Inovação – incentivo a idéias, pioneirismo, poder de adaptação a mudanças.
  4. Ambiente de trabalho – recompensa ao mérito e igualdade de oportunidades, promoção do bem-estar e saúde dos empregados.
  5. Governança – transparência e disponibilidade das informações, ética empresarial, idoneidade nos negócios.
  6. Cidadania – responsabilidade ambiental e desenvolvimento social, apoio às causas comunitárias.
  7. Liderança – organização, líderes carismáticos e eficientes, excelência gerencial, visão clara e compartilhada do futuro

 

Em meus estudos, experiência como executivo e consultor percebo claramente que apenas o desempenho econômico, por si só, não é capaz de garantir uma boa reputação… O desafio é muito maior! A crise nos mostrou a fragilidade de grandes corporações diante de um cenário de queda na confiança e incertezas sobre o futuro. As empresas que ao longo dos anos investiram no fortalecimento de sua reputação corporativa sofreram menos e se recuperaram mais rápido, pois a reputação é uma blindagem competitiva, reforça o elo psicológico entre a organização e todos que com ela se relacionam – admiração, confiança e estima.

 

Na vida executiva existem os que simplesmente observam, os que analisam e aqueles que também constroem. Pergunto: como peça chave das decisões sobre sua vida pessoal e profissional, qual será a sua postura? Lembre sempre que a perseverança, o trabalho árduo e a disciplina são imprescindíveis para qualquer realização. Genialidade sem “mão na massa” dificilmente gera resultados duradouros pois a estatística do sucesso = 10% de talento (inspiração) + 90% de suor (transpiração).

Leave A Comment