Lucidez Empresarial e os Desafios do “Pós Crise”

Os solavancos da crise foram muito positivos para o despertar empresarial, na direção de mudanças para o fortalecimento dos negócios e construção da confiança com seus atuais e potenciais clientes. Após essa turbulência toda, um dos principais aprendizados foi que os empresários precisam estar dispostos a um processo contínuo de questionamento e autodesenvolvimento. Precisam compreender que o presente e o futuro são construídos a partir dos aprendizados do passado e da incansável vontade de fazer a cada dia melhor, de entregar mais valor e satisfação não só aos clientes mas a todos os envolvidos com o bom resultado da empresa.

A melhor maneira de combater a crise é estreitar os laços de confiança com todos os públicos que de alguma forma estão relacionados ao sucesso do negócio, os chamados stakeholders. A empresa também precisa entender onde pode ser mais eficiente e fazer uma boa gestão de custos e processos. Um bom começo é desenvolver a consciência sobre seus problemas e capacidades competitivas, o que tem de forte e o que precisa ser melhorado (áreas de oportunidade) em todas as áreas. Precisa fazer uma discussão estratégica lúcida, referenciando o passado para entender o presente, projetando o futuro desejado para detalhar as ações para construí-lo.

Nesse contexto, a percepção positiva em torno da marca é importantíssima, bem como a forte confiança característica da boa reputação, construída nos mínimos contatos com os clientes e demais stakeholders, onde todos da empresa são responsáveis diretos por esse resultado. Agir com coerência e consistência, alinhando a prática ao discurso corporativo, é fundamental para construir e manter a boa reputação ao longo do tempo.

Para construir e gerenciar estrategicamente a reputação, precisamos considerar pelo menos 7 dimensões, criando ações para fortalecer a empresa em cada uma delas:

  1. Desempenho econômico-financeiro presente e potencial.
  2. Excelência e valor superior em produtos e serviços.
  3. Inovação e flexibilidade para mudanças.
  4. Ambiente de trabalho e valor para os funcionários.
  5. Governança, estratégia compartilhada e transparência na comunicação.
  6. Cidadania, responsabilidade ambiental e social.
  7. Liderança, excelência gerencial e visão de futuro.

Em meus estudos, experiência como executivo e em consultorias para várias empresas percebo que apenas o desempenho econômico não é capaz de garantir uma boa reputação… O desafio é muito maior! A crise nos mostrou a fragilidade de grandes corporações diante de um cenário de queda na confiança e incertezas sobre o presente e o futuro. As empresas que investiram no fortalecimento de sua reputação corporativa certamente sofrerão menos e se recuperarão mais rápido. A reputação é uma blindagem competitiva, constroi um elo psicológico entre a empresa e todos que com ela se relacionam baseados na admiração, confiança e estima.

No mundo existem os que observam, os que simplesmente analisam e aqueles que também constroem. Pergunto ao leitor: como peça chave e ator principal das decisões sobre sua vida pessoal e profissional, qual será a sua postura? De algo podemos ter certeza: a perseverança, o trabalho árduo e a disciplina são imprescindíveis para qualquer realização. Genialidade sem “mão na massa” dificilmente gera resultados positivos e duradouros. Concluo reforçando, e não haveria conjuntura mais adequada, a receita de sucesso de Einstein: “sucesso = 10% de talento (inspiração) + 90% de suor (transpiração)”.

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